Universidade Ceuma – UNICEUMA
A prevalência da Hanseníase no Nordeste Amazônico, Estado do
Maranhão, se destaca em dados de notificação, preocupando quando atinge a faixa
etária ≤15 anos. Esta detecção indica focos de infecção ativos e transmissão
recente, o que exige vigilância resolutiva. O Estado apresenta tendência
decrescente mais tardia, estatisticamente significativa para as séries
temporais. Embora considerada doença de adulto pelo longo período de incubação
(2 a 7 anos), crianças também são suscetíveis com risco de acometimento.
Objetivos. Analisar o perfil epidemiológico da Hanseníase no Nordeste Amazônico
durante uma década, determinando a prevalência da doença na capital do Estado
do Maranhão, relacionando a variável idade com as variáveis: sexo, forma
clínica, classificação operacional e grau de incapacidade. Metodologia. Estudo
descritivo e retrospectivo incluindo casos diagnosticados entre 2001 e 2010,
cadastrados na Superintendência de Vigilância Epidemiológica do Estado,
analisando-se as variáveis: idade; sexo; forma clínica; classificação operacional
e grau de incapacidade. A variável idade foi categorizada em dois grupos: >
15 anos e ≤ 15 anos. RESULTADOS. Relacionando com a variável classe
operacional, a forma multibacilar prevaleceu nos dois sexos, masculino (36,80%)
e feminino (22,4%), na categoria > 15 anos. Mesma classe operacional foi
apontada com maior prevalência em homens (3,4%) na categoria ≤ 15 anos. Quanto
ao grau de incapacidade, a faixa etária maior foi a mais afetada, com homens
(25,7%) e mulheres (26,9%), no grau zero, semelhante para faixa etária menor
(4,2%), no sexo masculino. A forma clínica prevalente foi dimorfa, na faixa
etária maior (15,5%, homens e 27,1%, mulheres), divergindo do encontrado na
faixa etária menor, homens, na mesma forma clínica (2,6%). Conclusão. Estudo revela
a prevalência da Hanseníase na capital do Estado do Maranhão, na forma clínica
grave multibacilar dimorfa, faixa etária > 15 anos, sem grau de
incapacidade. Houve importante decréscimo na faixa etária menor, a despeito de
registros maiores sustentados no sexo masculino, em multibacilar dimorfa.
Constata-se tendência de estabilização da Hanseníase, refutando risco de
infantilização.