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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012


EVIDÊNCIAS HISTÓRICAS ACERCA DO TRANSTORNO DE PERSONALIDADE MÚLTIPLA.
BARBOSA, B.R.; SOUSA, C.E.A.
Universidade Federal do Piauí – UFPI

Introdução: De acordo com o DSM-IV, o Transtorno de Personalidade Múltipla é um tipo de transtorno dissociativo em que o paciente relata perda total ou parcial de uma função mental, sem que haja uma causa orgânica justificável. Trata-se de um desafio para os psiquiatras em termos de diagnóstico e de tratamento. Objetivo: Fazer um breve relato acerca dos registros históricos documentados sobre o transtorno de personalidade múltipla. Metodologia: Realizou-se uma revisão bibliográfica sistemática nas bases SciELO e CINAHL sobre o tema. Resultados: A existência de casos de personalidade múltipla não é um fato recente. Existem evidências de que certas pinturas rupestres do período Paleolítico relatavam pessoas portadoras do transtorno. No entanto, apenas em 1791, com Eberhardt Gmelin, observou-se o primeiro relato de caso documentado em grande detalhe. Tratou-se de uma mulher alemã de 20 anos de idade, que começou a falar o idioma francês com perfeição e o idioma natural com sotaque francês. Em 1812, Benjamin Rush coletou relatos de casos de pacientes com o transtorno e teorizou a primeira hipótese causal para a patologia: a desconexão entre os dois hemisférios do cérebro. Em 1816, Samuel Mitchel publicou o caso de Mary Reynolds, considerada normal até o final da adolescência quando, com 19 anos, tornou-se cega e surda por seis semanas. Algum tempo depois, após um descanso, Reynolds despertou com nenhuma memória do ocorrido anteriormente, e permaneceu alternando os estados de personalidade até os 30 anos. No final do século XIX, Eugene Azam, publicou a série de relatos de Felida X, paciente que seguiu por mais de 35 anos e que apresentava três personalidades. Depois da massiva documentação até o século XIX, houve um apagão na publicação de relatos de casos acerca do transtorno até que, em 1957, a história de Christine Sizemore foi publicada e depois transformada em filme, o ajudou a popularizar o distúrbio. Em 1980, o DSM-III estabeleceu critérios para diagnóstico e deu legitimidade à condição. Finalmente, em 1994, com o DSM-IV, houve a renomeação do distúrbio para Transtorno Dissociativo de Identidade. Conclusão: Com a intensidade do debate em torno das controvérsias em torno do transtorno e o desenvolvimento de métodos de triagem e diagnóstico, tem havido um progresso contínuo no entendimento do assunto. Apesar disso, ainda existem profissionais das áreas de saúde mental, que continuam a duvidar da legitimidade do Transtorno de Personalidade Múltipla.

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