EVIDÊNCIAS HISTÓRICAS ACERCA DO TRANSTORNO DE PERSONALIDADE MÚLTIPLA.
BARBOSA, B.R.; SOUSA, C.E.A.
Universidade Federal do Piauí – UFPI
Introdução: De acordo com o DSM-IV, o Transtorno de Personalidade
Múltipla é um tipo de transtorno dissociativo em que o paciente relata perda
total ou parcial de uma função mental, sem que haja uma causa orgânica
justificável. Trata-se de um desafio para os psiquiatras em termos de
diagnóstico e de tratamento. Objetivo: Fazer um breve relato acerca dos
registros históricos documentados sobre o transtorno de personalidade múltipla.
Metodologia: Realizou-se uma revisão bibliográfica sistemática nas bases SciELO
e CINAHL sobre o tema. Resultados: A existência de casos de personalidade
múltipla não é um fato recente. Existem evidências de que certas pinturas
rupestres do período Paleolítico relatavam pessoas portadoras do transtorno. No
entanto, apenas em 1791, com Eberhardt Gmelin, observou-se o primeiro relato de
caso documentado em grande detalhe. Tratou-se de uma mulher alemã de 20 anos de
idade, que começou a falar o idioma francês com perfeição e o idioma natural
com sotaque francês. Em 1812, Benjamin Rush coletou relatos de casos de
pacientes com o transtorno e teorizou a primeira hipótese causal para a
patologia: a desconexão entre os dois hemisférios do cérebro. Em 1816, Samuel
Mitchel publicou o caso de Mary Reynolds, considerada normal até o final da
adolescência quando, com 19 anos, tornou-se cega e surda por seis semanas.
Algum tempo depois, após um descanso, Reynolds despertou com nenhuma memória do
ocorrido anteriormente, e permaneceu alternando os estados de personalidade até
os 30 anos. No final do século XIX, Eugene Azam, publicou a série de relatos de
Felida X, paciente que seguiu por mais de 35 anos e que apresentava três
personalidades. Depois da massiva documentação até o século XIX, houve um
apagão na publicação de relatos de casos acerca do transtorno até que, em 1957,
a história de Christine Sizemore foi publicada e depois transformada em filme,
o ajudou a popularizar o distúrbio. Em 1980, o DSM-III estabeleceu critérios para
diagnóstico e deu legitimidade à condição. Finalmente, em 1994, com o DSM-IV,
houve a renomeação do distúrbio para Transtorno Dissociativo de Identidade.
Conclusão: Com a intensidade do debate em torno das controvérsias em torno do
transtorno e o desenvolvimento de métodos de triagem e diagnóstico, tem havido
um progresso contínuo no entendimento do assunto. Apesar disso, ainda existem
profissionais das áreas de saúde mental, que continuam a duvidar da
legitimidade do Transtorno de Personalidade Múltipla.
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